Earthspace fala sobre sua trajetória em 15 anos de projeto.

Earthspace é o renomado projeto do artista cearense Matheus Nogueira, produtor musical que integra a consagrada label Nano Records e este ano de 2023 completa 15 anos de carreira.

Apaixonado pelo Psytrance construiu uma trajetória rica em grandes produções, parcerias com alguns dos principais nomes da cena psicodélica e um estilo único que conquistou adeptos em torno do globo, tocando nos maiores festivais do mundo como Boom Festival e Universo Paralello e o seu preferido Ozora Festival.

Conversamos com ele sobre sua trajetória, como foi sua caminhada nestes 15 anos de projeto e o que podemos esperar no futuro.

1. Como surgiu o Earthspace?  Como foi pra você continuar o projeto sozinho?

Earthspace surgiu inicialmente se chamando “Earthquake” e no começo, era eu e um grande amigo chamado Lucas Donadel (que hoje voltou a produzir usando o nome Krusher). Porém, já existia um projeto chamado Earthquake no México e eles entraram em contato para mudarmos. Mudamos e nome e produzimos juntos por cerca de 2 anos. O Lucas na época decidiu tomar um rumo profissional diferente e eu levei o Earthspace sozinho. Foi super desafiador e continua sendo. Porém foi uma das coisas mais importantes que aconteceram para me trazer aonde eu estou hoje em dia.

2. O que você ouviu que o fez rumar para o caminho psicodélico?

No final da minha infância e começo de adolescência, foi quando comecei a me aventurar e descobrir diferentes estilos musicais que agregaram muito na minha vida. E lembro teve um momento aonde eu estava muito apaixonado por Rock Psicodélico dos anos 60. Em meio algumas pesquisas o nome “Psy-Trance” surgiu e com isso, realmente me interessei e fui pesquisar cada vez mais. E foi apenas mais uma coisa que somou nesse caldeirão criativo.

3. Como a sua família lidou quando você decidiu que não seguiria uma profissão tão popular? Sempre teve o apoio da sua família?

Teve apoio sim, porém como qualquer família cearense, existia aquele medo e sempre falavam que era “uma fase”. Mas após algum tempo e principalmente vendo o que vinha conseguindo, o apoio se tornou 100%. E sem o apoio deles não seria ninguém, fato. Obrigado, família. Hehe

4. Qual foi seu maior desafio ao entrar no mundo das produções?

Em 2004 aqui no Brasil, creio que ter acesso a informações e algumas ferramentas era super difícil. Então a gente tinha que se virar como dava. E morando em Fortaleza, ter com outros produtores musicais era bem difícil também. Mas a íamos nos virando como era possível, através de Skype, MySpace e por aí vai.

5. Atualmente que músicas tem te inspirado? Pode ser dentro ou fora do psytrance…

Tudo acaba inspirando, mas se for para pensar de uma forma mais objetiva, desde o começo da pandemia me permiti escutar muita coisa diferente. Mas o que tem me inspirado já tem bastante tempo é Rock/Techno Industrial por conta de todas as texturas que ambos estilos trazem consigo, Psytrance Oldschool também.

6. Nesses 15 anos de experiência, qual a lembrança mais bonita ou forte que tem da sua carreira?

Quando fui convidado para tocar pela primeira vez no Ozora Festival na Hungria. Sempre via as fotos e pensava que era algo super distante, meio que impossível. E ser convidado para me apresentar por lá foi uma certeza de que estava fazendo o que realmente amava. Esse ano volto pela sexta vez ao meu festival favorito do mundo.

7. Nesses 15 anos de carreira, o que você considera que tenha sido seu maior desafio?

Sempre me reinventar. Não de uma maneira proposital, mas sim, com sentimento e de forma natural. É um desafio que não penso, mas sei que existe e isso acaba exigindo bastante do que faço. Mas é a força motora de tudo.

9. Qual foi a colaboração que participou que você nunca imaginou que aconteceria e aconteceu?

Existiu um projeto chamado “The Rave Comission” que basicamente eram 7 produtores do mundo inteiro fazendo música. Acho que nunca tínhamos feito tantas músicas como naquela época. E era super divertido, pois chegamos a tocar em diferentes eventos espalhados pelo planeta. Quando tinha mais de 1 artista do The Rave Comission no mesmo line up, sempre tocávamos.

11. Qual evento, festival ou festa você gostaria de se apresentar e ainda não teve a oportunidade?

Burning Man.

13. Qual foi a track que mais te marcou, e foi produzida por você nesses 15 anos?

Escolher apenas uma é difícil, pois cada época representa uma faceta diferente, inspirações novas. Mas se formos pensar em uma track que abriu muitas portas foi a ‘Getting High” e também meu primeiro album “As Above, So Below”

15. Se pudesse mudar alguma coisa nesses 15 anos de trabalho que trilhou e te trouxe até aqui o que seria? E porquê?

Não mudaria nada. Talvez se mudasse algo, o que faço hoje seria completamente diferente. E eu sou extremamente feliz com a maneira que venho desenvolvendo minha música, mas estar feliz não quer dizer que estou satisfeito. Então sempre vou querer mudar algo. Isso deixa tudo mais divertido.

16. Que conselho você daria para os admiradores do seu trabalho, que estão começando a produzir ou tocar por influência sua?

Recebo muitas mensagens de pessoas que falam exatamente isso, que começaram a produzir por conta do meu trabalho, outras mensagens de pessoas dizendo que pude mudar a vida delas através da música. Confesso que ler isso e ter essa consciência é uma responsabilidade gigante e que fico muito feliz por proporcionar isso para cada um.

Para aqueles que estão começando nesse meio, por mais que pareça clichê, o que tenho para falar é: faça o que te diverte, não queira copiar ou soar como artista x e y. O novo, chama atenção e isso é o que proporciona todo um diferencial para seu trabalho. Tenham paciência, consumam todo tipo de arte possível pois, essa bagagem e repertório  individual é o que te fará diferente.

Dia 24/02 tem lançamento de track nova desta artista incrível e você pode fazer o pré save clicando aqui.

E aí, curtiu a entrevista? Quer saber algo mais sobre o Earthspace? Conta aqui nos comentários.

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